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caminhos para o combate

Há 30 anos permanece o mesmo discurso. Não deixar água parada em vasilhas, verificar as caixas d´água a cada sete dias entre outras recomendações. Mas, o problema continua. Todos os anos os fortalezenses são vítimas das doenças causadas pelo Aedes Aegypti. Se as orientações ditas anualmente ainda não resolveram as epidemias, o que falta a cidade reduzir ou eliminar os casos de dengue, zika e chikungunya?

 

Não há uma resposta definida devido à complexidade do assunto. Mas, para o ex-secretário de saúde do Estado e coordenador da Fundação Oswaldo Cruz do Ceará (Fiocruz) do Ceará, Carlile Lavor, a busca pela erradicação do mosquito pode começar pela educação da população e o compartilhamento do conhecimento sobre as doenças.

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“O agente de endemias pode educar e mostrar para a família os riscos de proliferação e não jogar apenas as larvicidas. Deve conquistar a família para resolver o problema e não deixar criar o mosquito. Eu acho que é uma das formas. E esse trabalho está sendo feito pouco”, ressalta Carlile.

 

Já o doutor em saúde saúde coletiva e biólogo, Carlos Alencar, acredita que deve ser estabelecido ações a longo, médio e a curto prazo. A Prefeitura deve criar várias frentes de ação: educar os hábitos culturais da população, investir em saneamento básico e no papel de agentes de endemias. O papel da população, por sua vez, é verificar semanalmente vasos ou recipientes que podem ser focos do mosquito.

 

“A população deve fazer vistorias nos depósitos de água e não esperar pela Prefeitura porque se não toda semana teria que ter um agente de endemia na sua casa. Isso é inviável e terá um custo absurdo para os cofres públicos”, responde.

 

Outra questão abordada por outro especialista é a quantidade de terrenos baldios e casas abandonadas. Rômulo Sabóia, mestre em doenças tropicais, sugere intensificar a fiscalização desses espaços e a execução de para punir o descuido dos proprietários. O acúmulo de lixo contribui para a proliferação do vetor já que esses locais não são vistoriados semanalmente.

 

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Todas as sugestões visam em um único ponto: a prevenção. Nos últimos meses, com o surgimento da epidemia da Chikungunya, instituições de ensino e empresas privadas decidiram também prestar serviço à população.

 

A Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveu um aplicativo que mapeia os focos de mosquito na cidade e facilita a comunicação da população com os órgãos públicos. No aplicativo, AEDES em foco, é possível encontrar os postos de atendimento próximo a sua residência, quais são os sintomas da dengue, telefones dos principais órgãos de saúde e um mapa da cidade em que você notificar as taxas de incidências de cada bairro.

 

A ferramenta, idealizada pelo infectologista e especialista em clínica médica prof. Ivo Castelo Branco, possibilita que cidadãos comuns possam ficar responsável por uma área da cidade, como condomínios residenciais. Ao se cadastrar no aplicativo, o AEDES em focos vai selecionar uma lista de locais que devem ser vistoriados pelo menos uma vez por semana.

 

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Outro exemplo é o acordo da Enel Distribuição Ceará com a Secretaria de Saúde do Estado (SESA). A empresa disponibilizou os 437 leiturista para a identificação de possíveis focos do mosquito nas ruas de Fortaleza. Os funcionários da empresa irão conversar com os moradores para saber se há casos de dengue, chikungunya ou zika na região.

 

Com base nessas informações obtidas por meio dos moradores, os leituristas irão encaminhar um relatório para o Núcleo de Controle de Vetores da Sesa (NUVET) em que irá analisar e elaborar estratégias de prevenção.

 

“Sabemos que essa luta é de toda a sociedade e colocamos à disposição todos os nossos leituristas para o trabalho. Por meio deles, temos acesso a praticamente toda a população do Ceará e poderemos ser mais um braço no combate às doenças”, afirma o responsável pela Área de Governo da Enel Distribuição Ceará.

Novas iniciativas

A busca pela erradicação do mosquito pode começar pela educação da população

Vídeo:LME UFC

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