epidemia
quem trabalha contra o mosquito
De acordo com o coordenador do controle vetorial da Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, Carlos Alberto, a Prefeitura conta com 1.167 agentes de endemias para atender as sete regionais da capital cearense. Segundo ele, cerca de 1 milhão e 700 visitas foram realizadas até o mês de outubro na cidade. “Cada regional tem um núcleo para o combate ao mosquito Aedes Aegypti. Os agentes são divididos em ações, como as visitas domiciliares, educação e saúde e mobilização social, controle químico e supervisores”, detalhou Carlos.
Carlos ressalta que os trabalho realizados pelos agentes de endemias são baseadas nas orientações emitidas pelo Ministério da Saúde. Segundo ele, a pasta determina que, a cada dois meses, os servidores devem retornar às vistorias de todos os imóveis de Fortaleza. Mas, preferem dar assistência maior com maior potencial de risco. “Temos 30 anos de trabalho. Então, para nós é mais interessante trabalhar em cima dos dados produzidos. Por isso, damos preferência a visitas em imóveis de maior risco com o retorno antes do período previsto”
Cícero Wagner, agente de endemias da Regional VI, faz parte do núcleo da Prefeitura de Fortaleza que atua no controle vetorial do mosquito Aedes Aegypti. Ao visitar nas residências da grande Messejana, o servidor percebe que uma parte da população ainda está inerte às ações de combate ao vetor. As casas ainda possuem depósitos com água parada que têm condições ideias para a proliferação do Aedes Aegypti. “Há moradores que são acomodados. Esperam que a gente faça um trabalho que era para ser feito por eles diariamente”, critica.
Além da falta de conscientização e de ações individuais para o combate ao Aedes, o coordenador de controle vetorial explica que, em alguns bairros, a densidade populacional e o abastecimento irregular de água em Fortaleza contribuem para o aumento de casos. “Alguns bairros sofrem com o abastecimento de água intermitente ou irregular e por isso armazenam, fazendo cisternas e outros reservatórios”, aponta. Entretanto, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) afirma que 98% de Fortaleza tem acesso ao abastecimento de água.
Atualmente, os agentes de endemias têm utilizado de alguns produtos químicos para realizar um combate mais eficaz ao vetor. De acordo com o coordenador da regional VI, Itamar Mendes, as pastilhas de Espinosade estão sendo utilizadas há um ano e impedem o nascimento das larvas.
“Há geladeiras que têm gelo seco e as pessoas não sabem que tem uma bandeja que armazena água atrás dela. O mosquito se aproveita desse reservatório para poder se reproduzir. A gente encontra bastante foco nas geladeiras”, afirma o agente de endemias, Cícero Wagner.
O agente de endemias alerta também que o trabalho de combate ao mosquito deve ser em conjunto. O Aedes Aegypti consegue transitar por um raio de 100 metros. “Ele (mosquito) tem um raio de reprodução de 100 metros. Dentro desse limite, a fêmea vai buscar locais para se reproduzir”, explica Cícero. Por esse motivo que ele ressalta a importância de cada morador vistoriar suas casas para garantir a sua prevenção e a do vizinho.
As caixas de água são os principais focos de mosquito encontrados pelos agentes. “Quanto o mosquito não tem nada no solo, ele tende a subir e é necessário que as pessoas vedem suas caixas ou criassem um padrão de caixa d´água vedada”, sugere Carlos.
De acordo com o 2º Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa) de 2017, quase 50% dos focos de mosquitos são encontrados em depósitos ao nível do solo, como tanque, tambor, cisterna entre outros, em Fortaleza.
Fotos: Daniel Rocha